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Plataforma de Gestão de Carreira e Orientação Profissional

Planejamento de Vida e Carreira

Antes de tudo, devemos falar de sobre mitos acerca do assunto. Primeiro, e o mais comum que ouço: “quando eu escolho uma formação educacional estou escolhendo uma carreira”, o que não é uma verdade absoluta, pois conheço médico (estudou medicina) que é empresário, (deveria ter estudado administração), psicóloga que é manicure e assim por diante.

Segundo: “que há uma única escolha profissional durante a vida”, da qual discordo completamente, pois podemos mudar e escolher várias profissões no decorrer da nossa vida. Escolhas não são permanentes, elas mudam. Outra máxima e: “só a graduação pode levar ao sucesso profissional”, o que é um grande equívoco, pois a atual formação e o preparo do profissional não acompanham o mercado e as demais áreas da organização. Nosso sistema educacional forma profissionais são “commodity”. Commodity porque têm a mesma informação que todo mundo, é o mesmo produto, é padrão profissional. E como todo commodity, briga por preço e por espaço dentro do mercado comum, padrão. Mas o profissional não satisfeito com a commodity, faz pós, mestrado ou até doutorado na mesma área de atuação. Continua commodity, é padrão, é a mesma informação.

Também me trazem outros mitos como: “Se eu for competente, mesmo sem formação educacional, poderei ter sucesso no mercado formal”, ou “A correta escolha garante sucesso”, ou: “Há uma separação entre o tempo de estudar e o tempo de trabalhar” e para fechar “Há separação entre vida pessoal e profissional”. Tudo isto surge devido ao imperativo da performance e da imagem, onde todas as expectativas são de curto prazo, com foco no material e o dinheiro sendo a chave-mestra que abre portas.

Mas, analisando cenário atual, que vem sofrendo profundas mudanças, tanto sociais como organizacionais, onde temos: a crise de talentos, o envelhecimento da população, aumento da mobilidade global dos trabalhadores e as questões organizacionais e culturais desencadeadas pelas mudanças dramáticas nos negócios ocorridos na última década, o resultado que temos por parte dos profissionais é:

  • Imediatismo – Antecipação do prazer (era do cartão do crédito);
  • Descompromisso – querer/Stop and go – geração zapping ;
  • Âncora na imagem- parecer ser (geração você S.A.);
  • Jogando o jogo – o que conta ponto;
  • Insegurança/Medo – geração Big Brother /Canguru
  • Dificuldade de Escolha – paralisia.

 

Dessa forma, Zygmunt Bauman, analisando o cenário atual nos afirma: “A produção de ‘refugo humano’ ou, mais exatamente de seres humanos refugados – os que não puderam ou não quiserem ser reconhecidos, os que não obtiveram permissão de ficar – é um produto inevitável de nossa sociedade. É a consequência inseparável da modernização, efeito colateral da construção da ordem e do progresso econômico”.

Todas essas mudanças e conceito de carreira, que no passado afirmava que era a “Mobilidade entre as atividades profissionais, mobilidade esta que se tornou sinônimo de crescimento econômico, profissional e psicológico”, na atualidade segundo Sigmar Malvezzi, trata-se de projeto pessoal de carreira que consiste numa forma de apropriação da construção da própria história profissional e implica em uma avaliação de si mesmo, num processo de criação de competências direcionadas para a realização de uma identidade profissional.

Assim podemos demonstrar em três eixos:

  1. Projeto: ideia de construção no tempo, de planejamento, de investimento sistemático;
  2. Pessoal: ideia da “criação” da identidade profissional, sendo identidade o conjunto de predicados que representam o indivíduo;
  3. Carreira: ideia de identidade profissional, aprendizagem e networking;

 

Com base nesse novo conceito, para o meu desenvolvimento da carreira os principais focos deverão ser:

  • Aprendizado: Sobre a organização, o mercado, os valores, a equipe, autoconhecimento, etc.
  • Networking: Troca de experiências, busca de visibilidade, identificação de tendências, renovação de referências, busca de apoio.
  • Desenvolvimento da Identidade Profissional: Busca de experiências enriquecedoras (competências); energia aplicada no trabalho (natureza do vínculo); construção de uma história de realizações (busca de resultados).

 

Os grandes desafios postos assim aos profissionais são de apropriar-se da carreira, onde deverão investir, sistematicamente, em si mesmos, desenhando seus projetos de carreira, assumindo a construção da própria identidade profissional.

Deverá ter um contínuo esforço de adaptação gerindo suas próprias ações, suas necessidades de improvisar, antecipando obstáculos com resiliência. Serem administradores de sua própria vida, revisando constantemente as atitudes, metas, rotinas, redes de contatos em função da volatilidade do ambiente, além de administrar a própria identidade, onde deverão administrar as escolhas comportamentais que formam a identidade e o seu reflexo no meio ambiente.

Sempre buscar networking, por relações sociais personalizadas e gratificantes, fugindo das relações efêmeras e impessoais. Devem ter automotivação, sendo capazes de gerenciar o próprio desejo de se desenvolverem profissionalmente.

Outro fator importante é ter e saber da flexibilidade para as novas relações capital X trabalho, onde todas as formas de atividades profissionais remuneradas, com ou sem CLT (Consolidação das Leias Trabalhistas) são legítimas e sempre fazer do trabalho fonte de realização, fonte dignidade, crescimento e autodeterminação.

 

O futuro como diz não é um lugar para onde vamos, mas algo que criamos.

 


 

Silmar Strübbe

Professor, Consultor, Coach

Especialista em Gestão Estratégicas de Pessoas e Negócios

Diretor Fundador da Silmar E Strübbe Consultoria

www.silmarstrubbe.com.br

contato@silmarstrubbe.com.br

 

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